domingo, 14 de abril de 2013

Promoção das competências de autorregulação em crianças - Projeto Sarilhos do Amarelo

Frequento a formação "Promoção das competências de autorregulação em crianças - Projeto Sarilhos do Amarelo" e om o objetivo primeiro de equipar os alunos da turma com um conjunto dessas estratégias e processos de autorregulação, para que assim consigam aprendizagens de melhor e mais profunda qualidade e profundidade, o projeto Amarelo deu os primeiros passos, nesta turma de 4º ano da EB de Lomar. 

"Sarilhos do Amarelo" é um texto que descreve um conjunto de aventuras vividas pelas cores do arco-íris em busca do seu amigo Amarelo, perdido no bosque.
A estrutura desta obra foi organizada de modo a que as crianças possam refletir sobre os processos e as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos protagonistas da história. Enquanto isso, treinam a aplicação destas estratégias de aprendizagem na escola, em diferentes tarefas e contextos de aprendizagem,  e na sua vida, numa ida ao supermercado com a mãe, ou quando se preparam para fazer um bolo. Os autores apresentam, intencionalmente, um conjunto de processos e de estratégias de aprendizagem a serem trabalhados com as crianças (estabelecer de objectivos; organizar o tempo; trabalho em grupo; monitorizar das tarefas e avaliar os processos), mas também aspectos emocionais e comportamentais que acompanham o aprender.


Todo o percurso desta turma foi extremamente marcado com a doença do Gabriel, logo nos primeiros meses de escolaridade. Quando em abril de 2010 lhe foi diagnosticada uma leucemia, os colegas da turma sentiram muito, mas nunca o abandonámos. Em todas as atividades, em todos os momentos marcantes da turma, o Gabriel só não estava presente fisicamente. Foi com enorme alegria que o recebemos no quarto ano, curado, para terminar de forma efetiva, o nosso percurso. A vivência com a doença e com o sofrimento fez com fossemos dando mais valor a questões profundas, como a solidariedade e a amizade e o acompanhamento na doença. Criámos lemas próprios da turma como: “Juntos, conseguimos”, “Ninguém está só quando tem amigos”, “Nunca se deve desistir, nem nos momentos que nos parecem mais difíceis. Temos que lutar”
O facto de só conseguirmos estar todos juntos no 4º ano faz com que saiba a pouco, e o grupo sente que agora, com os exames à porta, se um falhar e ficar para trás, nada terá o mesmo gosto; a etapa que iniciámos há 4 anos atrás, não ficará verdadeiramente cumprida. Assim, este ano criaram-se outros lemas: “Não se desiste, tenta-se sempre”, “Pior do que errar, é não tentar”, “Todos conseguem, mas têm que tentar”. Estas eram expressões utilizadas não só por mim, professora, em ambiente de sala de aula, perante os desafios propostos, mas por eles próprios, não só na sala, mas em ambiente mais informal, em brincadeiras e jogos.
Quando iniciei a formação e comecei a leitura da obra senti que fazia imenso sentido lê-la aos alunos: o grupo das cores, tal como nós, não estava completo se faltasse uma. E nunca desistiram para a ter de volta. E ainda por cima, aprenderam que se planearem bem um trabalho, este terá melhores resultados. Ora, isto também se aplica a nós, que necessitamos de ter bons resultados nas provas finais, que estão a chegar. Nas composições escritas os alunos já estavam habituados a planear: qual vai ser o tema, como vamos iniciar, como vamos conduzir o desenvolvimento e como vamos concluir o nosso texto. Não estavam era consciencializados que qualquer trabalho pode ser planeado, executado e avaliado desta forma interativa e autónoma.
Logo desde o início, a estória “Sarilhos do Amarelo, deu que pensar. No Bosque-sem-Fim todos se ajudam e juntos fazem maravilhas. Para além disso, as características das cores fez-nos questionar acerca do nosso modo de ser e do nosso comportamento: Com que cor nos identificamos? Que cor os outros nos atribuem? Em que ocasiões somos mais Vermelho, ou mais Anil? A especulação acerca das características de cada um dos alunos fê-los pensar melhor acerca de si próprios, nos seus comportamentos e respetivas consequências. Este exercício constituiu uma oportunidade para que as crianças tomassem consciência de um conjunto de conhecimentos e comportamentos autorregulatórios que podem e devem utilizar na sua aprendizagem e nas atividades diárias. O 2º capítulo fez-nos voltar aos nossos receios e angústias da doença do nosso companheiro Gabriel, que assim como o Amarelo, também nos desapareceu da vida escolar do dia-a-dia. Com os dois capítulos seguintes trouxemos para dentro da sala as expressões animadoras e repetidas várias vezes, perante exercícios colocados: “Quem não desistir, há-de conseguir”, e “De asas fechadas ninguém aprende a voar”. Nos capítulos 5 e 6 entramos no PLEA. A autorregulação foi explicada através do modelo cíclico PLEA (Planificação, Execução, Avaliação), grandemente auxiliado pelas sábias palavras da Formiga-General, que no capítulo 6 o explica às cores do Arco-íris. Assim, a mensagem primordial foi transmitida por esta personagem e incentivou as crianças, a especular e a hipotetizar, promovendo o raciocínio pretendido.
Os alunos pareceram perceber teoricamente o PLEA, mas pareceram-me também receosos quando lhes disse que iriam aplicá-lo. A proposta foi a elaboração de cartazes com frases sugestivas da história. Vejamos o que aconteceu na tarde de 8 de abril.

A professora
Filomena Sobreiros

 



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